OS LIVROS DO DESTINO
Quando o nome Doutor Destino é mencionado, todos estremecem, pois sabem que o personagem que caminha entre os mundos da ciência e feitiçaria é um dos mais temidos antagonistas do universo Marvel, mas […]
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Quando o nome Doutor Destino é mencionado, todos estremecem, pois sabem que o personagem que caminha entre os mundos da ciência e feitiçaria é um dos mais temidos antagonistas do universo Marvel, mas […]
Quando o nome Doutor Destino é mencionado, todos estremecem, pois sabem que o personagem que caminha entre os mundos da ciência e feitiçaria é um dos mais temidos antagonistas do universo Marvel, mas mesmo sendo um icônico personagem há anos, havia carência de detalhes nos caminhos que o levaram a ser quem é, e a minissérie Os Livros do Destino veio para consertar isso.
Em uma revisada na história do vilão em 2008, Ed Brubaker reconta a trajetória de Victor Von Doom de forma que atraia tanto os leitores tradicionais, que querem apenas uma história de seu personagem favorito, quanto os novatos que recebem um breve resumo de anos de cronologia, pronto para ser desfrutado.
Diante de um personagem prepotente e totalitário, a narrativa se curva ao próprio Victor Von Doom, que narra sua história na forma de um programa gravado. O vilão invade quadros como se fosse capaz de intervir em seu próprio passado, apresentando sua infância ao lado do clã dos Voon Doom, ciganos da Latvéria, e a tragédia que lhe tirou a mãe e, posteriormente, o pai. Apresentando sua trajetória, a visão deturpada de sua história é transformada em uma ascensão amoral de vitórias e ganhos, sem poucos momentos sinceros sobre sua persona vil.
O personagem possui uma história complexa e carregada de dramas internos, uma trama mais profunda que a maioria dos personagens do universo Marvel. Brubaker conduz a história de um garoto sem controle do seu próprio destino, tornando-o um homem sagaz, que conquista seus objetivos a qualquer custo. A carga psicológica do personagem permite a transição de um tirano a um homem frágil, ainda preso à figura da sua mãe, Cynthia, que foi aprisionada no inferno graças a um pacto com Mephisto.
A sutileza com que Brubaker nos apresenta alguns argumentos faz com que o vilão quase se torne um anti-herói aos olhos do leitor, e quanto mais Doom é exposto, mais fica evidente seu desapontamento com a humanidade, o que traz uma visão empática, de certa forma, para quem acompanha as páginas. A história do garoto tentando salvar a mãe humaniza o vilão, mas não o descaracteriza.
Um dos pontos altos do quadrinho com certeza é a amálgama entre os elementos científicos e místicos, dois universos que, à primeira vista, são distintos um ao outro, mas que se analisados de forma profunda, é quase que possível ver a linha tênue que os separa, ou une.
Como o foco da história é a humanidade do vilão, o Quarteto Fantástico é mostrado poucas vezes, e sempre de forma contida, como Reed Richards apontando os erros no cálculo que levariam à cicatriz do vilão.
Sem o intuito de mudar a cronologia do personagem, o roteiro apenas dá luz a eventos desconhecidos, que seriam os pontos chaves para a transformação de Destino. As últimas páginas trazem uma ação final que deveria ser o ápice, mas feita de maneira tão comum que não transpõe o impacto necessário. Vale ressaltar que a arte de Pablo Raimoni é impecável em trazer gravidade para as cenas, mas a colorização alegórica destoa da carga dramática que deveria impor.
Os Livros do Destino entoam o ego, poder e loucura de um homem que tenta desesperadamente ressuscitar sua mãe, de forma sucinta nos mostrando que o Destino se forma por uma sucessão de acasos, e não pode ser controlado.
Desenhista, amante da cultura geek/nerd, gamer desde as primeiras fases da vida e batfã sem limites. Junto aos aliados, vou trazer todas as novidades e destaques daquilo que amamos, desbravando o mundo dos quadrinhos com análises, indicações e também opiniões sobre séries e filmes!