REVIEW | O PODEROSO CHEFÃO: PARTE II
The Godfather Part II (O Poderoso Chefão: Parte II, no Brasil) é um filme estado-unidense de 1974 dirigido por Francis Ford Coppola.
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The Godfather Part II (O Poderoso Chefão: Parte II, no Brasil) é um filme estado-unidense de 1974 dirigido por Francis Ford Coppola.
The Godfather Part II (O Poderoso Chefão: Parte II, no Brasil) é um filme estado-unidense de 1974 dirigido por Francis Ford Coppola. Recebeu onze indicações ao Oscar, ganhou em seis categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Coppola), Melhor Ator Coadjuvante (De Niro) e Melhor Roteiro Adaptado (Coppola e Puzo), se tornando a primeira sequência a ganhar na categoria de Melhor Filme. O filme foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante” e selecionado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry.
Na segunda parte da saga da família Corleone, que terminou em 1974, são contadas duas histórias paralelas. A primeira é a continuação de The Godfather. Agora, Michael está mais maduro e ousado no controle da família, e os Corleones tentam expandir seu império atuando na costa oeste dos Estados Unidos. Paralelamente, o filme apresenta toda a infância e a mocidade de Vito Andolini, que mais tarde seria conhecido como Don Vito Corleone. Após a máfia local matar sua família, o jovem Vito (Robert De Niro) foge da sua cidade na Sicília e vai para a América. Já adulto, em Little Italy, Vito luta para ganhar a vida (legal ou ilegalmente) para manter sua esposa e filhos.
Ele mata Don Fanucci (Gastone Moschin), que exigia dos comerciantes uma parte dos seus ganhos. Com a morte de Fanucci, o poderio de Vito cresce muito, mas sua família (passado e presente) é o que mais importa para ele. Do outro lado, temos o legado de família que vai até os enormes negócios que, nos anos 50, são controlados pelo caçula, Michael Corleone (Al Pacino).
Agora situado em Lago Tahoe, Michael planeja fazer, por qualquer meio necessário, incursões em Las Vegas e Havana, instalando negócios ligados ao lazer, mas descobre que aliados como Hyman Roth (Lee Strasberg) estão tentando matá-lo. Crescentemente paranóico, Michael também descobre que sua ambição acabou com seu casamento com Kay (Diane Keaton) e até mesmo seu irmão Fredo (John Cazale) o traiu. Escapando de uma acusação federal, Michael concentra sua atenção para lidar com os seus inimigos, mas se vê sozinho no fim.
A trilha sonora desempenha um papel ainda maior em “O Poderoso Chefão: Parte II” do que no filme original. Nostálgico, triste, evocando eras perdidas, desperta emoções que não deveríamos sentir por essa história, e não seria, se a partitura fosse mais convencional para um filme de crime. Por que deveríamos lamentar a morte de um regime baseado em assassinato, extorsão, suborno, roubo e a vontade implacável de homens assustados? Observe o quão poderosamente a música de Nino Rota influencia nossos sentimentos pelos eventos brutais na tela.
No final da obra-prima de Francis Ford Coppola, “O Poderoso Chefão” (1972), vimos Michael Corleone (Al Pacino) mudar de um jovem que queria se destacar de sua família para alguém que não hesitou em assumir os reinados da mesma. Aqui, vemos que ele perde seus restos de moralidade e se torna uma concha vazia, insegura e impiedosa. Na tentativa de encher os sapatos de seu pai, Michael perdeu de vista os valores que fizeram Don Corleone melhor do que ele tinha que ser e se tornou um novo padrinho tão mal quanto ele tinha que ser.
A devolução de Michael Corleone é contraposta por flashbacks para sua juventude e juventude de seu pai, Vito (Robert De Niro). Essas cenas, que ocorrem na Sicília e na antiga Nova York, seguem o padrão convencional de um jovem em ascensão e mostram o código da máfia sendo queimado no sangue de Corleone. Nenhum falso romantismo esconde a necessidade de usar o assassinato para fazer negócios. Coppola adota o ponto de vista de Vito e o segue enquanto sobe nos telhados para emboscar Don Fanucci, e assim escapar com sucesso. Aqui o assassinato se torna outro degrau na escada de Vito para o sucesso.
Com certeza, a vida do jovem Vito ajuda a explicar a formação do adulto Don Corleone, e a estabelecer no filme o código siciliano. Quando Michael muda, vemos por que ele acha que deve. Ele deve jogar o jogo por suas regras. Mas não tenho certeza se os flashbacks fortalecem o filme. Eu apreciaria filmes separados sobre o jovem Vito e a evolução de Michael. O que temos são duas narrativas convincentes, duas excelentes performances de liderança e imagens duradouras. Existe até um paralelo entre as mortes de dois idosos. A vingança deve ser obtida.
Coppola está no topo de sua forma em ambos os filmes, e se eu desaprovo a moralidade dos personagens centrais, bem, todos desaprovam. Concordamos que as pessoas não devem se matar, mas isso não explica por que esses filmes são vistos de novo e de novo, entrando em um pequeno cânone mundial de filmes que quase todo mundo parece ter visto. Eles são escritos de forma emocionante, dirigidos com confiança e arte, com uma fotografia espetacular, em tons ricos e quentes. A atuação em ambos os filmes é definitiva. Podemos citar os personagens em muitos filmes (Harry Lime, Scarlett O’Hara, Travis Bickle, Charles Foster Kane), mas de quantos filmes nos lembramos dos nomes de seis ou mais personagens? Brando, Pacino, De Niro, Duvall, Cazale, Caan, Diane Keaton, Lee Strasberg, Talia Shire, Michael V. Gazzo e outros que foram muito bem escolhidos, bem usados, talentosos e corretos para seus papéis.
Simplesmente como uma história, as cenas de Michael em “O Poderoso Chefão: Parte II” envolvem nossas emoções. Eu admiro a maneira como Coppola e seu co-escritor Mario Puzo nos obrigam a pensar junto com Michael enquanto ele lida com decisões delicadas envolvendo Hyman Roth (Strasberg), o chefe de Miami, Fredo (Cazale), seu irmão mais velho, e o tiroteio de Sonny (James Caan). Quem fez o que? Por quê? Michael flutua várias narrativas além de vários princípios, enganando a todos ou quase. É como jogar xadrez de olhos vendados: ele tem que imaginar os movimentos sem vê-los.
Mas finalmente é tudo sobre Michael. Em sua vida, a paranóia é um mecanismo de defesa útil. Coppola mostra Michael desmoronando sob a pressão. Lembrando que ele já foi um orgulhoso herói de guerra, um estudante universitário de sucesso, construindo um estilo de vida legítimo. Mas no dia do casamento, Kay começou a perceber o que era um casulo controlador do clã Corleone. Sempre haveria coisas sobre as quais ela não poderia ser contada, com quem não se podia confiar. Finalmente, Michael não tem ninguém para contar ou confiar, exceto sua mãe idosa (Morgana King). O desespero de Michael nessa intensa conversa explica tudo sobre a cena final do filme.
Este é um filme triste, um lamento pela perda, certamente. É um contraste com o filme anterior, no qual Don Corleone é visto defendendo valores antigos contra as fomes modernas. O jovem Vito também era um assassino, como vemos mais detalhadamente nas cenas da Sicília e Nova York da Parte II. Mas ele se tornou sábio e diplomático, e quando morre ao lado do canteiro de tomates, sim, sentimos arrependimento. Uma idade foi fechada. Não sentimos arrependimento pelo declínio de Michael. A diferença crucial entre os dois filmes é que Vito é simpático e Michael se torna um vilão. Isso não é uma crítica, mas uma observação.
“O Poderoso Chefão: Parte II” então se torna um filme que todo mundo que valoriza os filmes deveria ver. A trilogia “Godfather” foi meticulosamente restaurada digitalmente por Robert Harris, um mestre em seu campo. Para filmes de tal riqueza visual, essa é uma razão para se alegrar. Tudo o que era majestoso e mítico em “O Poderoso Chefão”, é ainda mais neste segundo filme, com cenas que combinam deliberadamente com o original. Não é à toa que este clássico é considerado uma das melhores obras cinematográficas de todos os tempos.
Não deixe de conferir nosso review do primeiro filme desta saga, clicando aqui.