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Em parceria com o premiado quadrinista Danilo Beyruth, a DarkSide Books acaba de lançar sua mais nova HQ, Samurai Shirô. Com uma narrativa embasada em honra e  vingança, encabeçada por modernos samurais e a máfia japonesa no bairro Liberdade, em São Paulo, a história apresenta a luta pelo poder e honra da família.

Beyruth é o criador de Bando de Dois e Necronauta, além de ter reformulado o personagem Astronauta de Mauricio de Sousa em uma série de Graphic Novels. O autor é um dos brasileiros com o nome já consolidado tanto no mercado nacional, quanto internacional, onde trabalha diretamente com a Marvel Comics e já colaborou com Guardiões da Galáxia, Cable e o Motoqueiro Fantasma.

A história traz Akemi, jovem descendente de japoneses, que acaba tendo seu caminho cruzado com o de um misterioso homem sem memória, qual ela passa a chamar de Shirô, e sem demora eles arranjam problemas com a famosa máfia japonesa, a Yakuza.

O enredo é simples em sua construção e lembra muito os filmes orientais que se baseiam na famosa corporação criminosa,  porém ele não se sustenta apenas nisso. Ao decorrer da jornada, mistérios são apresentados e resolvidos, além de muito sangue ser derramado, o autor não se preocupa em poupar o leitor da brutalidade deste universo.

Um dos destaques certamente é ter São Paulo como palco, apresentando suas colônias japonesas e costumes que ainda são passados de geração para geração, mesmo que tão longe da sua terra natal. A cidade se mescla perfeitamente com o enredo, o que traz um novo ar para o tema que já é bem batido na terra do sol nascente.

Com um foco em destaque para Akemi e Shirô, a HQ estampa os protagonistas sem deixar de desenvolver os coadjuvantes. A personagem principal passa longe de estereótipos de princesa em apuros, sendo extremamente forte e decidida, mas sem deixar a humanidade de lado, ainda lutando em seu interior com a recente perda de seu querido avô. Já o samurai possui um ar mais introspectivo e cheio de camadas, estas que vão se desenvolvendo ao longo da história.

É de se ressaltar os contrapontos que a HQ apresenta naqueles que deveriam ser os vilões. Poucos realmente serão vistos dessa forma, já que estão lutando por aquilo que acreditam, e alguns podem não ser o que parecem, apresentando reviravoltas inesperadas.

A incrível arte conta com planos sequenciais de tirar o fôlego, possuindo uma narrativa visual forte e competente. Não será incomum o leitor presenciar a cena de uma queda de certa altura e prender a respiração em agonia e preocupação, como se estivesse caindo junto. A HQ é completamente em preto e branco, criando cenários perfeitos que, com cores, talvez perdessem a carga dramaturga necessária.

A edição conta com quase 200 páginas e um designe impecável, como de costume, pela editora. Em forma de livro capa dura, o acabamento fosco com detalhes envernizados forma uma bela pintura de capa. Samurai Shirô merece um lugar na estante e deve ser lido não apenas por amantes de quadrinhos, mas por todos aqueles que gostam ou se identificam com a cultura japonesa, fornecendo uma grande homenagem para essa dinastia que veio parar deste lado do ocidente.