A Odisseia dos tontos é  distribuído pela Warner Bros e apresenta uma divertida e cativante história situada na crise econômica Argentina, em 2001. Estreando oficialmente nesta quinta-feira (31/10) nos cinemas, o longa tem direção de Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), e inspira-se no livro de mesmo nome, escrito por Eduardo Sacheri.

A obra conta a ingrata jornada do ex-jogador de futebol Fermín Perlassi que, em uma tentativa de montar uma cooperativa agrícola junto a um grupo de sócios, tem suas economias bloqueadas pelo banco e o desespero bate à porta. Vemos como isto prejudica cada pessoa envolvida no acordo, vemos a revolta deles, e eles veem uma oportunidade de recuperar o que lhes foi tomado.

Todo o sentimento de injustiça que atinge nossos protagonistas é usado como gatilho para cenas de ação, que apesar de simples, são empolgantes.

O filme tem um grande apelo emocional. Você sente na pele a tristeza, a frustração e a revolta dos personagens. Quem vê, logo se identifica com as demonstrações sentimentais, pois se tratam de pessoas simples buscando crescer na vida, e que, de repente, perdem tudo. Quem nunca passou por algo parecido?

Os diálogos são muito bem elaborados, tanto pela crítica social e política (daquela época), quanto ao sarcasmo que facilmente nos faz rir. O filme também retrata com facilidade a drástica situação da Argentina no início da década de 2000.

O longa se utiliza da comédia, mas a alma gira em torno do drama e ação. Não há piadas, você ri por identificação, pelo fato de se ver naquela situação.

A atuação está modesta dentro de seus papéis intimistas, os atores convencem e nos simpatizam, mas não há grandes destaques.

A trilha sonora fez falta em alguns momentos tristes, que poderiam se tornar ainda mais cativantes.

A Odisseia dos Tontos teve êxito ao explorar o cenário de pessoas simples, que foram prejudicadas por um sistema falho, e que buscam, de alguma maneira, correr atrás do que é justo. Isto nos sensibiliza por ser tão próximo do real.

PRÓS

+Transparência

+Exatidão política e econômica

+Apego emocional

+Cômico sem esforço

CONTRAS

-Atuação competente porém modesta

-Ausência de trilha sonora

NOTA FINAL: 8/10