Renfield: Dando o sangue pelo patrão é um filme de comédia/ação da Universal Pictures e traz um elenco forte e divertido com Nicolas Cage (dispensa comentários), Nicolas Hoult (O menu) e Awkwafina (Shang-Chi e a lenda dos dez anéis).

Renfield (Nicolas Hoult), é o servo de um mestre narcisista, Drácula (Nicolas Cage), ele tem suas vantagens como imortalidade e poder, mas é forçado a procurar a presas para o seu mestre. Após séculos de servidão, ele está pronto para ver se há vida fora da sombra do Príncipe das Trevas.

Primeira dica: o filme é muito mais do que o trailer apresenta!

Tem alguns trailers que entregam demais, mas aqui foi justamente o oposto. Não sei se a intenção era não expôr o tom cômico do filme e de toda a ação envolvida, mas o filme nem de longe deveria ser categorizado como terror. O filme é muito mais uma comédia cheia de ação. O tom do trailer é totalmente diferente do tom que o filme apresenta e isso pode chatear alguns que foram em busca do terror, mas por sorte eu tava em busca da comédia e fui felizmente surpreendido.

O filme me tirou ótima gargalhadas, uma trama, que apesar de não ser a melhor do mundo, diverte e entretêm. Enfim, bem diferente do trailer. Até mesmo o material de divulgação como folders e banners não demonstram bem o que o filme tem pra oferecer.


A PARTIR DAQUI IREI FAZER UM REVIEW TÉCNICO, MAS NO FIM IREI FALAR SOBRE O “SANGUE” QUE PULSA E TORNA ESSE FILME SINGULAR

ROTEIRO/DIREÇÃO

O filme é bem linear, ele vai do ponto A ao B de força simples e com quase nenhuma reviravolta, algumas coisas são até que previsíveis. São quatro núcleos explorados ao longo do filme e a medida que avança todas as peças se encaixam de forma simples e prática. Apesar disto, tudo é muito bem preenchido por outros coisas como: Atuação, efeitos, trilha sonora e outras coisas mais que falarei daqui a pouco. O filme possui pequenos furos de roteiro, mas nada que estrague a experiência do filme.

Atuações

A atuação de Nicolas Cage se resume a fazer exatamente igual o The Rock: basta agir normalmente. Apesar dele não ser nada inovador, basta pra prender a nossa atenção e tirar algumas risadas.


Nicolas Hoult atua muito bem e expõe o inconformismo do seu personagem a todo instante, você sente o desespero de Reinfield em busca de algo melhor mas também sente o desespero de tentar enfrentar o mestre poderoso e mau.


Awkwafina além de ser um excelente alívio cômico, como já vimos em Shangi-Chi, ela mostra um lado emocional, familiar e romântico até. Um personagem mais complexo que exigiu mais da atriz, que se saiu muito bem.

Tirando estes três, as demais atuações apenas cumprem sem papel e fazem a história avançar. Qualquer cena que não tivesse estes três atores me parecia ser apenas protocolar.

trilha sonora

A escolha da trilha sonora para as cenas de ação combinou muito bem com o caos que os combates oferecem, as músicas são aceleradas e eletrizantes igual as lutas deste filme são. Os momentos de quebra de clima também são bem acompanhados por um trilha cirurgicamente precisa, acompanhada de um slow motion que arranca risadas.

MAQUIAGEM E EFEITOS GRÁFICOS

A maquiagem do Drácula está muito bem feita, principalmente no processo de “recuperação dos poderes”, os danos que ele sofre com conta das batalhas também me agradou. A questão é que os efeitos e maquiagem são bem feitos apenas quando o filme quer que seja, mas irei falar sobre isto em breve.



AGORA VAMOS AOS DETALHES!

Comédia no exagero X Tosco de propósito

Antes de explicar os por menores do filme, deixa eu falar sobre esses dois polos.

Comédia do exagero, de forma simples, é pegar algo comum e torna-lo ainda mais escancarado, é forçar os limites e até ultrapassar eles para surpreender mesmo no previsível.

Exemplo: Em um desenho animado, é um exagero normal aparecer um galo gigante na cabeça quando alguém a bate. Mas e se literalmente aparecesse um galo cantando? O galo gigante é um exagero que já estamos acostumados, mas o galo cantando pegaria alguns de surpresa.

O tosco de propósito, basicamente, é quando a produção tem até condição de fazer algo melhor mas faz algo ruim intencionalmente pra destoar da realidade. Isso é uma marca muito vista em filme assumidamente “galhorfa”.

Exemplo: Trocar o ator principal por um dublê nas cenas de ação é normal, mas algum filmes assumidamente “galhorfa” podem escolher um dublê nada semelhante com o ator, deixando nítida a mudança, o que é cômico se feito do jeito certo. Outro exemplo comum é trocar o ator por um boneco quando é arremessado, o filme até tem orçamento pra fazer um bom efeito, mas prefere o tosco.

Entendi! Mas o que isso tem haver!?

Tudo! O filme todo gira entre esses dois polos.

O exagero e desespero de Renfield faz ele procurar socorro em uma reunião de codependentes anônimos, que é no porão de uma igreja e as pessoas ficam desabafando sobre seus relacionamentos tóxicos. O comparativo e a quebra de tom passa uma mensagem pra quem vê e ao mesmo tempo é cômico.

Sentiu falta de sangue em Morbius!? Ou então achou Venom: Tempo de Carnificina muito light!? Aqui seus problemas acabaram! O exagero na quantidade de suco de groselha lançado de todas as formas, os combates onde um personagem é tão forte que ele decepa membros com golpes simples, podendo até usar o membro decepado como arma, tudo isto misturado com efeitos bem feitos mas nitidamente toscos de propósito. Tudo isto te faz gargalhar facilmente, a não ser q você tenha nojo a estes tipos de efeitos que envolvem sangue, vísceras, decepamento e etc.

A megalomania do Drácula também subiu um degrau a mais neste filme, ele sempre quer tudo do como ele quer, quando ele quer e onde ele quer. Porém o exagero/tosco habita no quão específico seus desejos são. Outro detalhe são as suas auto apresentações, “entradas triunfais” e diálogos que elevam o clichê em outro patamar te fazendo rir nem que seja de desconforto.

O tosco aqui são os efeitos e maquiagem durantes os combates e é tudo proposital. Quando o filme exige qualidade é tudo muito bem feito, porém quando o filme toma um ritmo caótico quase sempre somos pegos de surpresa por um efeito ou maquiagem propositalmente tosca, justamente pra quebrar o clima e nos tirar uma risada em meio a apreensão que o caos nos oferece.

O filme também conta com um timing de piada excelente, recorda um pouco as piadas de Thor: Ragnarok porém um pouco mais bem feito.


RESUMO

Amo Nicolas Cage, mas o trailer me fez ir ver o filme desanimado e com poucas expectativas. Obrigado por me surpreenderem!
O filme é extremamente divertido e ele é feliz em ultrapassar alguns limites e exagerar a vontade. Aparentemente o enredo não é o grande foco de tudo, mas nem de longe ofusca o quão divertido o filme é. Não vai ser nenhuma obra atemporal mas vale muito o seu ingresso. Dificilmente alguém vai tomar susto mas certamente vai ter alguém rindo.


PONTOS POSTIVOS

+Boas atuações;
+Extremamente divertido;
+Quebra de tom bem ajustadas;
+Trilha sonora acompanha o ritmo do filme muito bem;

PONTOS NEGATIVOS

-Enredo simples e previsível;
-Pequenos furos de roteiro;
-Trailer não remete à essência do filme, se bem que este não um ponto negativos sobre o filme.


NOTA FINAL: 7,5/10

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